Policiais Civis do Maranhão realizaram marcha fúnebre em protesto contra governo do estado
Nesta quinta (20), policiais civis realizaram uma marcha fúnebre, no centro da capital maranhense, em protesto ao posicionamento do governo do estado, que, conforme os envolvidos, sucateou a organização da polícia civil nos últimos oito anos.
Vestidos de preto na manifestação, os policiais que marcaram presença realizaram um ato, que simboliza a morte da categoria. O cortejo fúnebre percorreu as ruas do centro até o Palácio dos Leões, sede do governo estadual.
Em frente ao palácio, foi colocado um caixão, usado para realizar um enterro simbólico. Segundo a categoria, a alusão se refere ao futuro dos seus membros, que podem morrer trabalhando e não conseguem se aposentar.
Quem esteve no protesto também destacou o engano, sofrido nas rodadas de negociações conduzidas por Jefferson Portela, a mando de Flávio Dino, que envolvia a implantação do reescalonamento, algo que nunca saiu do papel.
A mobilização foi resultado da assembleia-geral extraordinária, em reação a não edição e aprovação da Medida Provisória, que previa o próprio reescalonamento da Polícia Civil, e outras demandas que nunca foram atendidas.
“Sofremos com a falta de respeito do governo que não nos paga os nossos direitos e ainda nos faz trabalhar com um efetivo insuficiente, trabalhando por mais de três policiais. Um estado com várias pessoas aprovadas em concurso público, prontas para assumir suas funções, numa situação caótica de efetivo, mas o governo se deu ao luxo de não nomear, sem compromisso nenhum com a sociedade.”
Marcelo Penha Cardoso, policial civil
Foram feitas reivindicações, entre elas, a recomposição da perda inflacionária no importe de 2%, o retorno das negociações relativas ao aumento do percentual entre referências e classes (progressões e promoções funcionais), ampliando o distanciamento entre valor inicial e final dos subsídios da Polícia Civil, a extensão do reajuste do percentual de 21,7% a todo o subgrupo de atividades de Polícia Civil de forma irrestrita, nos moldes do que já fora concedido a outros servidores estaduais, a estrutura adequada para o bom funcionamento do trabalho da polícia civil nas delegacias, o aumento do efetivo, que atualmente é insuficiente, a providência de condições dignas de trabalho e a imediata reestruturação e aparelhamento do anexo, correspondente à carceragem da Delegacia Especial da Cidade Operária (DECOP).
“Temos no quadro, policiais civis que morrem trabalhando, pois, a aposentadoria representa uma grande perda salarial. Recentemente, perdemos um colega para a covid, que iria se aposentar este ano. Enquanto isto, o governador Flávio Dino estava gastando verbas com publicidade. É por isto que a Polícia civil morreu nas mãos de Jefferson Portela e Flávio Dino”.
Braúna, policial civil
As ações de atos e protestos continuam por todo o estado.
“Ficaremos em mobilização permanente diante dessa frustração com o governo. Intensificaremos o nosso movimento, com inúmeras ações para demonstrar para a sociedade o sucateamento da polícia que merece respeito, dignidade e valorização, haja vista 08 anos sem aumento e nem mesmo o repasse do índice inflacionário”.
Presidente do Sindicato dos Policiais civis do Maranhão (SINPOL MA), Klinger Moura.