
José Augusto Viana: 25 anos dedicados ao Tambor de Mina
José Augusto Viana, 53 anos, é um dos nomes que mantêm viva a tradição do tambor de mina no Maranhão. Afro-brasileiro e natural de São Luís, ele carrega no sangue e no toque a força da ancestralidade. Filho de Raimunda Viana, começou a se aproximar da cultura ainda adolescente, aos 15 anos, quando participou dos primeiros eventos e se encantou com os sons e os rituais. Foi nesse período que conheceu referências da época, como Pangulim, Júlio Mineiro e Dico Branco, mestres que marcaram sua formação no universo sagrado da mina.
O contato inicial, ainda juvenil, despertou nele um desejo que não parou de crescer: tocar tambor. No começo, a retribuição não vinha em dinheiro, mas em alegria e pertencimento. O som do tambor era, ao mesmo tempo, ofício e devoção. Cada batida representava um elo com as divindades e com a comunidade, consolidando sua identidade como tamboreiro. Essa entrega ao sagrado fez com que Viana fosse convidado a participar de inúmeros rituais e casas de mina, construindo uma trajetória sólida dentro da tradição.
Com 28 anos, José Augusto decidiu se profissionalizar, assumindo o tambor não apenas como paixão, mas também como carreira. Hoje, soma 25 anos de experiência dedicada ao tambor de mina, sendo reconhecido pela habilidade e pelo respeito aos fundamentos da religião. Sua trajetória passou por importantes casas e lideranças, entre elas João Mendes, em Santa Terezinha, além de colaborações com Mãe Lorde, no Porto Santo, Maria, em Tauá, Zé Rock, no Castanhal, e Davisson, em Fortaleza.
Para Viana, cada toque é uma forma de manter viva a tradição afro-brasileira no Maranhão. Mais do que tocar, ele entende sua missão como a de preservar uma herança cultural e espiritual que atravessa gerações. Seu nome, hoje, se junta ao de outros mestres que ajudaram a fortalecer o tambor de mina, reafirmando a importância de manter acesa a chama dessa manifestação cultural e religiosa tão enraizada no estado.