Sebastião Cardoso iniciou sua trajetória no Tambor de Crioula ainda criança, em 1970, aprendendo com seus avós e imerso na tradição familiar. Desde cedo, o tambor, o canto e a dança fizeram parte de seu cotidiano, consolidando-se como herança viva de geração em geração. Essa vivência precoce moldou sua relação com a cultura popular maranhense e despertou nele um amor profundo pela expressão folclórica.

Ao longo dos anos, Sebastião teve a oportunidade de conviver com grandes mestres do Tambor de Crioula, como André Cardoso, Natal Fernandes, Pedro Fernandes, João Fernandes e Manel Cardoso. Com eles, aprendeu não apenas a técnica da dança e da percussão, mas também valores essenciais: respeito à comunidade, força da ancestralidade e a importância de manter viva a tradição cultural. Essas experiências foram fundamentais para sua formação como artista e guardião da cultura.

Com a maturidade, Sebastião decidiu não apenas integrar a roda, mas também contribuir para a formação de novos grupos. Em 1980, fundou seu primeiro conjunto de Tambor de Crioula, e em 2001, criou o segundo, sempre com o objetivo de preservar, fortalecer e difundir a tradição. Cada grupo criado representou não apenas a continuidade da cultura que aprendeu com seus mestres, mas também a oportunidade de levar o Tambor de Crioula para mais pessoas e novas gerações.

Atualmente, Sebastião atua no grupo Estrela Divina, que conquistou o título de campeão do Nordeste, símbolo do talento, esforço e união de seus integrantes. Para ele, o Tambor de Crioula vai além da dança e da música: é memória, espiritualidade, família e identidade. Sua vida, marcada pelo ritmo dos tambores, pelo canto e pela energia da roda, reflete a dedicação de quem fez da cultura popular maranhense uma missão e uma paixão inabalável.