
A trajetória de fé e superação de Maria do Socorro Roxo
A trajetória de fé e superação de Maria do Socorro Roxo
A vida de Maria do Socorro Roxo é marcada por desafios e resistência. Desde a infância, enfrentou problemas de saúde que a levavam a constantes desmaios. Na casa da avó, em Campo Grande, encontrava alívio, mas ao retornar para a Campina, onde vivia com a mãe, os sintomas voltavam. Entre idas e vindas, chegou a estudar em Turiaçu e, mais tarde, mudou-se para Belém em busca de trabalho, mas a perda da avó agravou ainda mais sua fragilidade.
Foi nesse período conturbado que Maria encontrou força na Umbanda. Ao se dedicar à religião, sua saúde apresentou uma melhora definitiva, e ela passou a trilhar um caminho espiritual que já soma mais de 25 anos. Determinada, fundou seu próprio terreiro, batizado de São Jorge Guerreiro. O primeiro espaço, de madeira, chegou a ser consumido pelo fogo, mas com resiliência conseguiu erguer uma nova casa de alvenaria, onde hoje realiza atendimentos, prepara garrafadas, banhos e proteções.
Além de conduzir seu terreiro, Maria do Socorro mantém laços de união com outros pais e mães de santo, trocando saberes e fortalecendo tradições. Atualmente, ela conta com três filhos de santo, que a auxiliam nos trabalhos espirituais. Essa troca constante entre terreiros reafirma a importância da coletividade e da preservação cultural dentro das religiões de matriz africana.
O ponto alto do seu calendário religioso é o festejo anual em homenagem a São Jorge Guerreiro. Realizado em Turiaçu, no povoado quilombola Castelo, o evento acontece nos dias 14 e 15 de novembro: o primeiro dia é marcado pelo Tambor de Mina, manifestação sagrada da cultura afro-maranhense, e o segundo dia pela festa dançante, reunindo comunidade, fé e tradição. Assim, Maria do Socorro celebra sua história de superação e reafirma seu compromisso com a Umbanda e com a preservação das raízes culturais do Maranhão.