Minha história na Umbanda: a caminhada de fé de Francisca Roxo

Minha história na Umbanda: a caminhada de fé de Francisca Roxo


Desde a infância, a vida de Francisca Roxo esteve marcada pela fé e pela espiritualidade. Aos sete anos, ela enfrentou uma grave doença que a deixou semanas sem conseguir dormir ou descansar. Na época, sua mãe buscou ajuda com a pajé conhecida como Finada Emília, em São Romão. Foi ela quem preparou um remédio que trouxe a cura para a menina. “Graças a Deus fiquei boa”, recorda Francisca.

Os anos passaram, e aos 20, já mãe de dois filhos, Francisca adoeceu novamente. Depois de sair do hospital, voltou a procurar a mesma pajé. Finada Emília a ajudou mais uma vez, mas impôs uma condição: ela só continuaria recebendo tratamento se passasse a trabalhar espiritualmente. “Eu estava muito doente, então aceitei. Desde então fiquei trabalhando com ela até o dia em que faleceu”, conta. Após a morte da mestra, o terreiro fechou e muitos seguidores buscaram outros caminhos.

Tempos depois, Francisca voltou a passar mal e procurou diferentes curadores, mas nenhuma solução foi definitiva. Foi em uma visita à Dona Deusa que encontrou a resposta. A orientação era clara: ela não poderia parar, pois havia sido escolhida pelos guias espirituais. “O remédio que eu queria era parar de brincar, mas ela disse que não era possível. Eles tinham me escolhido”, relembra. Um ano após a morte de Finada Emília, decidiram reabrir o terreiro, e foi ali que Francisca retomou seu trabalho espiritual, conduzida pelo toque dos tambores e pela força da fé.

Hoje, aos 63 anos, Francisca Roxo se dedica a ajudar todos que a procuram. No terreiro, mantém vivas as tradições deixadas por sua mestra, organizando festejos como os de Nossa Senhora Imaculada Conceição, Santa Helena, Reisado e São João. Entre leilões, brincadeiras e ceias comunitárias, ela reforça o espírito de união e solidariedade. “Faço tudo o que está ao meu alcance para ajudar as pessoas e, com a proteção de Deus, tenho conseguido estender a mão a muitos”, afirma, com gratidão pela missão que carrega.

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