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Ex-secretário de Educação de Timon recebeu salário de R$ 120 mil em dezembro, ultrapassando teto constitucional
No último mês de sua gestão, a prefeita de Timon, Dinair Veloso (PDT), presenteou o ex-secretário de Educação, Samuel de Sousa Silva, com um salário que choca pela magnitude: R$ 127.874,90 (cento e vinte e sete mil oitocentos e setenta e quatro reais e noventa centavos) brutos, com um líquido de R$ 120.126,29 (cento e vinte mil cento e vinte e seis reais e vinte e nove centavos). O valor, pago em dezembro de 2024, ultrapassa em muito o teto constitucional do funcionalismo público, que é baseado no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente em torno de R$ 46.366,19.
O caso expõe uma grave discrepância salarial no serviço público, especialmente em um município onde a maioria dos funcionários não tem acesso a tais regalias. O salário do ex-secretário foi composto por uma série de vantagens, incluindo adicionais por tempo de serviço, gratificações, e até mesmo parcelas indenizatórias, que somaram mais de R$ 119 mil em vantagens variáveis.
Além disso, o pagamento de férias acumuladas entre 2020 e 2024, no valor de R$ 14.992,18 por ano, também contribuiu para o montante final. O valor total das férias pagas chegou a R$ 74.960,90, o que representa mais da metade do salário bruto.
A situação levanta questionamentos sobre a gestão de Dinair Veloso, que em seus últimos dias no cargo, parece ter priorizado o favorecimento de aliados políticos em detrimento da equidade salarial e da transparência na administração pública.
Veja os detalhes
Proventos Totais: R$ 127.874,90
Vencimento base: R$ 5.879,29
Adicionais e gratificações: R$ 11.687,89
Férias acumuladas (2020-2024): R$ 74.960,90
Outros proventos (Rateio Fundeb, GST, etc.): R$ 35.346,82
Descontos Totais: R$ 7.748,61
Empréstimos consignados: R$ 3.596,81
Imposto de Renda: R$ 2.876,00
Contribuição IPMT: R$ 1.275,80
Salário Líquido: R$ 120.126,29
O caso do ex-secretário Samuel é um exemplo claro de como a gestão pública pode ser utilizada para beneficiar poucos em detrimento da maioria.
A situação exige uma investigação aprofundada e uma revisão das políticas salariais do município para evitar que casos como esse se repitam. Existem informações que o caso será denunciado ao Ministério Público que deverá abrir processo para investigar e oferecer denuncia na justiça.