Educação sexual e quando conversar com crianças/adolescentes
Com a vida agitada, dias corridos e a educação dos filhos sendo terceirizada, alguns assuntos podem acabar se transformando em tabus eternos, mesmo que seja quase impossível fugir de determinados assuntos. Um deles é a sexualidade, um tópico que pode gerar desconforto na família inteira quando algumas perguntas começam a surgir.
Pensando nisso, conversamos com o professor do curso de psicologia do Centro Universitário Estácio São Luís, Jefther Felipe. “Inicialmente é importante entender que sexualidade é algo muito mais amplo do que apenas a relação sexual. Sexualidade envolve afeto, prazer, comportamento, gênero, etc. Mesmo pais que não falam sobre sexo, falam de sexualidade indiretamente, quando escolhem a roupa, enquanto brincam com os filhos, quando emitem opiniões”, pontuou o professor.
Uma dúvida que ronda todos os pais de crianças é sobre qual o momento ideal para tocar no assunto com os filhos. Nesse quesito, o professor Jefther explica que é importante entender que as crianças manifestam curiosidade sobre como elas nasceram, por que têm genitais diferentes para ambos os sexos, por que há pessoas que se casam, etc. Os pais deveriam estar prontos para responder essas perguntas desde cedo.
O diálogo livre e leve é essencial para que essa criança ou adolescente tenha acesso às informações de forma correta e segura. “Falar sobre sexo e sexualidade não deve ser algo feito num único momento exclusivo, por exemplo, apenas num momento da adolescência. As famílias devem abordar outros aspectos da sexualidade e do cuidado com o próprio corpo desde muito cedo e uma conversa sobre relações sexuais e prevenção na adolescência seriam consequência desse diálogo aberto”, explicou o especialista.
Entretanto, se esses diálogos não ocorreram previamente, podem-se utilizar momentos leves para iniciar o assunto: uma cena de um filme, série, uma postagem de rede social, são alguns exemplos de estímulos que podem dar margem ao diálogo.
Segurança
“Falar sobre o cuidado com o próprio corpo e prevenção de abuso sexual deve ser algo falado com todas as crianças e adolescentes antes que aconteçam. É de extrema importância que os pais mantenham um diálogo aberto sobre sexualidade, toquem no assunto com leveza e passando segurança de que a criança não será punida ou castigada caso confirme uma situação dessas”, concluiu o professor.
Fonte: Assessoria