11 de Fevereiro – Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

11 de Fevereiro – Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

A ciência é algo constante, ela não para e não acontece da noite para o dia, diz pesquisadora

As mulheres, durante um longo período de tempo, foram privadas de realizarem diversas atividades, como por exemplo, acesso à educação, de aparecerem muito à frente dos homens seguindo rigorosamente uma cultura e tradição, privadas de direitos importantes como o voto e a igualdade nas leis trabalhistas, dentre outras.

Mesmo com todas as mudanças e avanços conquistados ao longo dos anos, no cenário mundial, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Estatísticas da Unesco (UIS), as mulheres pesquisadoras e cientistas representam cerca de 28% em comparação aos homens.

Segundo especialistas, o número pode ser pequeno, quando comparado com anos anteriores, mas aos poucos essas estatísticas vão tomando proporções maiores.

A ciência sempre foi vista como uma atividade realizada por homens. Antigamente quando se falava ou pensava na palavra “cientista” vinha logo à mente a figura masculina, não é mesmo? Mas a partir da segunda metade do século XX começaram a ocorrer mudanças nesse quadro.

A data 11 de fevereiro

Neste dia, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi instituída há quase 7 anos, mais precisamente, no dia 22 de dezembro de 2015 pela Resolução n. 70/212 da Assembleia das Nações Unidas que visa destacar a representatividade feminina em carreiras nas áreas tecnológicas e científicas.

“Quando a gente traz para a nossa realidade do Brasil, as mulheres respondem em maior proporção, então elas fazem parte desse contexto, só que muitas vezes, elas não estão à frente dessas equipes ainda. Temos poucas equipes comandadas por mulheres”, explicou a coordenadora do Curso de Farmácia e Pró-Reitora de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão do Centro Universitário Estácio São Luís, Elizangela Motta.

Elizângela Motta

E você sabia que a descoberta do DNA dos cromossomos Y e X e do vírus HIV, por exemplo, foram conquistas femininas? Sim, é verdade. Mesmo que muitos ainda desconheçam, a lista de mulheres que conseguiram driblar o machismo e gerar grandes contribuições para o desenvolvimento das ciências é grande.

Nomes como Marie Curie, que nasceu na Polônia e foi a responsável pela descoberta de elementos químicos como o Polônio e Rádio, e se tornou a cientista mais conhecida da terra. Rosalind Franklin, a química que descobriu a estrutura do DNA e Nettie Stevens, foi uma bióloga e geneticista norte-americana que descobriu os cromossomos sexuais. Ainda podemos destacar Bertha Maria Júlia Lutz, zoóloga de profissão, conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras de votar e de serem votadas.

Mulheres essas que se dedicaram às ciências em uma época onde a formação feminina não tinha vez e voz, eram direcionadas exclusivamente para os cuidados domésticos. Apesar de presenciarmos a evolução e aos poucos a visibilidade feminina na ciência está ganhando uma certa igualdade, ainda existe uma ‘briga’ para provar o seu valor diante da sociedade, o reconhecimento, a conquista de cargos mais elevados e salários igualitários.
 
Atual cenário

Durante o período da pandemia, as pesquisas têm sido fundamentais. Talvez a população nunca tenha escutado tanto falar de pesquisa e da importância de cada fase para se chegar até o produto final. “Uma das principais desconfianças que hoje existe em relação à vacina, é como que descobriram o imunizante de uma forma tão rápida? Não é que descobriram rapidamente. O coronavírus é um vírus que já existia e pesquisas ao seu respeito também. Agora, a Covid-19, o coronavírus-19, essa mutação descoberta foi adaptada para esse vírus. Portanto, a pesquisa é algo constante, ela não para e não acontece de uma hora para a outra, ou da noite para o dia”, explicou a farmacêutica.

Para se desenvolver uma pesquisa e chegar à conclusão pode levar 10 anos ou até mais, pois precisa passar por todos os fatores de controle da pesquisa, pelas fases, então, não é algo tão simples, mas hoje, a tecnologia, a biotecnologia e tudo que envolve a mente tem contribuído para que tudo fique mais rápido, que a resposta do produto final seja mais rápida, além de outros itens fundamentais para a realização do trabalho, pontuou Elizangela. “Para que possamos obter resultados eficazes, precisamos de matéria-prima, de produtos e equipamentos e, na maioria das vezes, encontramos limitações. A pesquisa pode acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar, mas se não tivermos incentivo, continuaremos ficando atrás de países desenvolvidos e até mesmo subdesenvolvidos”.

“Mão de obra especializada, equipamentos (maioria importados e com custo elevado), estrutura adequada são requisitos básicos para que se possa iniciar um projeto e seguir até a sua finalização”, finalizou Elizangela Motta.

Fonte: Assessoria

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